Videoaula: Sistema digestório
Você está assistindo uma prévia. Torne-se Premium para acessar o vídeo completo: Principais órgãos do sistema digestório
Unidade de estudos relacionada
Artigos relacionados
Vídeos relacionados
Transcrição
Olá a todos, aqui é o Rafael, do Kenhub. No vídeo de hoje vamos falar sobre os os órgãos digestórios principais e os órgãos digestórios acessórios. Discutiremos o trato digestivo literalmente do ...
Leia maisOlá a todos, aqui é o Rafael, do Kenhub. No vídeo de hoje vamos falar sobre os os órgãos digestórios principais e os órgãos digestórios acessórios. Discutiremos o trato digestivo literalmente do começo ao fim. Então, sem perder tempo, vamos direto ao assunto. Vamos explorar o sistema digestório.
Nossos organismos precisam de energia para realizar todas as funções do corpo, como a respiração, a circulação sanguínea, a eliminação de produtos do metabolismo, entre outras funções. Nós obtemos essa energia dos alimentos.
Os alimentos que nós comemos são compostos de macromoléculas complexas. Por exemplo, a carne é composta principalmente de proteínas e gordura, enquanto o pão contém carboidratos. Quando ingerimos alimentos, nosso corpo quebra as macromoléculas, que são muito grandes ou muito complexas para serem absorvidas, em moléculas menores, como aminoácidos, ácidos graxos ou açúcares. Essas moléculas menores podem ser mais facilmente absorvidas pelo corpo para serem transformadas em energia ou componentes necessários para o crescimento e reparo celular.
O processo da digestão pode ser resumido como ingestão de alimentos, propulsão desses alimentos pelo trato digestivo, quebra mecânica ou química dos alimentos ingeridos, absorção de nutrientes e água pelo corpo, e, por fim, eliminação dos produtos do metabolismo. Então vamos dar uma olhada no canal alimentar.
O canal alimentar, também conhecido como trato gastrointestinal, ou trato digestivo, é a parte do sistema digestório que mantém contato direto contínuo com o bolo alimentar - que é o alimento ingerido. Ele é formado por vários órgãos, que vamos discutir nesta videoaula. Nós vamos ver ainda órgãos conhecidos como órgãos acessórios do sistema digestório, que não estão envolvidos diretamente no processo da digestão. Eles não entram diretamente em contato com o bolo alimentar, mas são ativos no processo de digestão e afetam indiretamente o bolo alimentar. Mas não se preocupe com isso agora, vamos falar sobre esses órgãos mais tarde.
Então vamos começar do início do canal alimentar, onde os alimentos começam sua jornada - a cavidade oral, também conhecida como boca. A cavidade oral é a entrada do canal alimentar. Essa estrutura inclui os lábios, os dentes e os dois terços anteriores da língua, até um ponto conhecido como istmo das fauces, que forma seu limite posterior.
Quando colocamos alimentos nas nossas bocas, eles são fisicamente quebrados através da mastigação, mas não é só isso que acontece aqui. A digestão química também se inicia nesse ponto, através de enzimas presentes na nossa saliva, que iniciam a quebra de moléculas complexas de carboidratos em moléculas mais simples. Esse é o primeiro passo no processo de digestão.
A saliva secretada na cavidade oral é produzida pelas glândulas salivares, que são órgãos digestivos acessórios, sobre os quais vamos falar mais tarde. Por ora, vamos seguir a massa de alimento mastigado, que a partir desse ponto é conhecida como bolo alimentar, ao longo do seu caminho pelo trato digestivo.
A próxima etapa ao longo do canal alimentar é a faringe, destacada aqui em verde, conhecida popularmente como garganta. A faringe é um tubo com cerca de 12,5 cm que cursa das cavidades nasal e oral até a parte superior do esôfago e do trato respiratório. Se abrimos bastante a nossa boca, podemos ver parte da parede posterior da faringe, logo atrás do istmo das fauces, que descrevemos anteriormente.
A faringe conecta a cavidade oral ao esôfago e transporta o bolo alimentar inferiormente ao longo do trato digestivo depois da mastigação, após sua deglutição. Outra importante função da faringe é conectar a cavidade nasal à laringe, que por sua vez se conecta à traqueia para a passagem do ar para dentro e para fora dos pulmões. A faringe pode ser dividida em três regiões: a nasofaringe, a orofaringe e a hipofaringe, também conhecida como laringofaringe. Nós não vamos discutir a nasofaringe hoje, já que ela não é parte do trato digestivo, mas vamos ver a orofaringe e a laringofaringe.
Você deve se lembrar, entretanto, que a nasofaringe forma a parte superior da faringe, se estendendo entre a cavidade nasal e o palato mole, da cavidade oral. A orofaringe é a segunda parte da faringe, e você pode vê-la destacada aqui em verde. Situada entre a nasofaringe, superiormente, e a hipofaringe, inferiormente, a orofaringe pode ser vista facilmente quando a boca está bem aberta. Talvez você se lembre que nós vimos essa imagem mais cedo quando falamos sobre a parede posterior da faringe. E o que nós podemos ver, para sermos precisos, é a parede posterior da orofaringe.
Se olharmos para a faringe de uma perspectiva posterior, podemos ter uma ideia melhor de onde a orofaringe começa e onde ela termina. Você pode ver isso nessa imagem, na qual a parede posterior da faringe foi removida para podermos vê-la por trás. Você pode ver a orofaringe destacada em verde, e aqui você pode ver também o terço posterior da língua, que pode ser usado como uma referência anatômica para identificar essa parte da faringe.
A parte final da faringe, conhecida como hipofaringe ou laringofaringe, situa-se inferiormente à orofaringe, começando próximo ao nível do osso hioide, contínua com a orofaringe, superiormente, e com a laringe e o esôfago, inferiormente, mais ou menos ao nível da cartilagem cricoide.
Na imagem da direita vemos novamente a faringe de uma perspectiva posterior, com as estruturas posteriores do pescoço, como as vértebras e a parede posterior da faringe removidas. Podemos ver que a faringe é recoberta por uma membrana mucosa, e podemos identificar a abertura para a laringe e a epiglote.
A hipofaringe é uma via de passagem tanto para o bolo alimentar quanto para o ar, e é a epiglote que tem o importante papel de guiá-los para os tubos corretos: o ar para a laringe e os alimentos para o esôfago.
Continuando distalmente para o esôfago, destacado em verde. O esôfago é basicamente um longo tubo fibromuscular de aproximadamente 23 a 37 centímetros, com diâmetro de cerca de 2 centímetros. Ele se estende da faringe até o estômago, passando pelo tórax no mediastino superior e cruzando o diafragma através do hiato esofágico, até chegar ao estômago, na cavidade abdominal.
O esôfago não está envolvido na digestão do bolo alimentar que passa por ele, mas sim na propulsão desse conteúdo ao longo do canal alimentar. Isso significa que a única função do esôfago é transmitir o bolo alimentar e os líquidos da faringe ao estômago, para continuar o processo de digestão. Para fazer esse transporte, as fibras musculares do esôfago se contraem e relaxam, em um processo conhecido como peristaltismo. Apesar de ser um longo tubo muscular, o esôfago pode ser anatomicamente dividido em três partes: a parte cervical, a parte torácica e a parte abdominal.
A próxima parada do bolo alimentar no trato digestivo é o estômago. Nesta ilustração você pode ver o estômago destacado em verde, mas ele está parcialmente escondido por órgãos adjacentes. Para vermos ele melhor, vamos remover todos os órgãos e tecidos adjacentes, e focar apenas no estômago.
A parede do estômago é formada por três camadas de músculo liso cursando nas direções longitudinal, transversa e oblíqua. O órgão pode ser dividido em quatro regiões. A cárdia é a parte do estômago localizada imediatamente abaixo do diafragma, abaixo do esôfago. Aqui nós podemos ver a junção gastroesofágica e o orifício da cárdia, através do qual os alimentos do esôfago chegam ao estômago.
O fundo do estômago é uma parte com formato de domo, formada pela curvatura maior do estômago. Quando estamos de pé, o fundo do estômago geralmente é preenchido por gás. O corpo do estômago é a maior parte do órgão, e é a parte que forma as curvaturas maior e menor do estômago. E, finalmente, a região pilórica é a parte mais inferior do estômago, que se esvazia no intestino delgado.
O estômago possui duas constrições de músculo circular chamadas esfíncteres. O primeiro é o esfíncter do cárdia, também conhecido como esfíncter esofágico inferior. Esse esfíncter está situado na junção do esôfago com o estômago. Ele se abre para permitir a entrada do bolo alimentar no estômago, e em seguida se fecha, para impedir o refluxo em direção ao esôfago. O outro esfíncter é o esfíncter pilórico, situado no final da parte pilórica do estômago. Quando ele relaxa, permite passagem do alimento processado pela digestão química e mecânica ocorrida no estômago em direção ao duodeno, para a próxima etapa do processo digestivo. Note que os esfíncteres esofágicos superior e inferior são funcionais, e não estruturas anatômicas verdadeiras. O verdadeiro suporte anatômico para o esfíncter esofágico superior são os músculos cricofaríngeo e constritor inferior da faringe, enquanto o esfíncter inferior recebe suporte dos pilares diafragmáticos e dos ligamentos frenoesofágicos.
Esses esfíncteres de músculo liso são como guardas que controlam quando o bolo alimentar e os líquidos podem sair da cavidade gástrica. Agora removemos a parede anterior do estômago para podermos ver como o revestimento mucoso do estômago forma pregas. Essas pregas são conhecidas como pregas gástricas, e contêm glândulas especializadas e células secretoras. Essas células secretam o suco gástrico, formado principalmente por ácido hidroclórico, e enzimas, que ajudam na digestão do bolo alimentar.
Enquanto está no estômago, o alimento é quimicamente quebrado pelo suco gástrico. Além disso, ele sofre ainda quebra mecânica pela contração e relaxamento dos músculos gástricos, que misturam o conteúdo gástrico através de movimentos ondulatórios. É aqui no estômago que podemos dizer que a digestão química começa pra valer, mas também temos digestão mecânica acontecendo neste órgão. Além do suco gástrico e das enzimas, um muco alcalino é secretado por células mucosas encontradas no revestimento epitelial do estômago. Esse muco alcalino serve como uma camada protetora que impede que o estômago efetivamente faça a digestão de si mesmo, o que não terminaria muito bem.
Continuando inferiormente no trato digestivo, a próxima parada, após o estômago, é o intestino delgado. É no intestino delgado que ocorre absorção da maior parte dos nutrientes dos alimentos e líquidos. Seu nome se deve a uma comparação do seu diâmetro com o do com o diâmetro intestino grosso, que vamos ver mais à frente.
O intestino delgado possui cerca de seis metros, o que é mais ou menos a altura de uma girafa! Ele é, é claro, uma continuação do estômago, e apresenta várias características anatômicas especializadas na absorção e na digestão. Uma dessas características é a presença de vilosidades intestinais na mucosa do intestino delgado, que aumentam a área de superfície absortiva. As vilosidades, por sua vez, possuem microvilosidades, que aumentam ainda mais a área de superfície. Na verdade, se desenrolássemos todo o intestino delgado, sua área de superfície total seria suficiente para cobrir uma quadra de tênis!
Estruturalmente, o intestino delgado pode ser dividido em três partes: o duodeno, diretamente após o esfíncter pilórico, o jejuno, e o íleo, que é a parte mais distal do intestino delgado. O duodeno é a primeira parte, e, novamente, nossa visão está obstruída por órgãos adjacentes, então primeiro vamos ver essa ilustração que mostra o duodeno e o pâncreas isolados dos outros órgãos. Você pode ter notado que essa parte do intestino delgado possui um formato bem definido da letra C, e isso acontece porque o duodeno se curva ao redor da cabeça do pâncreas.
Depois de sofrer digestão química e mecânica no estômago, o bolo alimentar, que nessa altura é uma mistura liquefeita conhecida como quimo, é levado ao duodeno. Apesar de o duodeno ser apenas a primeira parte do intestino delgado, ele pode ser subdividido em quatro partes, mas não se preocupe, não é muito complicado.
A primeira parte é a parte superior, que começa logo após o piloro. Em seguida, temos a parte descendente, que cursa caudalmente a partir da flexura duodenal superior. Essa é a parte do duodeno que contém a papila duodenal maior, que por sua vez contém o esfíncter de Oddi, que é uma abertura para o ducto pancreático e para o ducto colédoco. Além disso, nessa parte encontramos o ducto pancreático acessório.
A terceira parte do duodeno é a parte horizontal, que começa na flexura duodenal inferior e cursa horizontalmente para a esquerda até o início da quarta e última parte do órgão, a parte ascendente. Como o nome sugere, essa parte cursa superiormente até chegar à borda inferior do corpo do pâncreas, terminando na flexura duodenojejunal, após a qual começa o jejuno.
Então como acabamos de ver, depois da flexura duodenojejunal, o intestino delgado passa a ser conhecido como jejuno. Essa parte do intestino tem cerca de 2 metros a 2,5 metros. Comparado ao íleo, o jejuno é mais vascularizado, possui uma parede mais espessa e pregas mucosas mais desenvolvidas no seu lúmen, que ajudam no papel principalmente absortivo dessa parte do intestino delgado. E uma curiosidade, a palavra jejunum, em latim, significa vazio. Esse nome foi dado pelos gregos antigos, que observaram que o jejuno estava sempre vazio no momento da morte, o que é bem estranho, não é?
Após o término do jejuno, começa o íleo, que é a terceira e última parte do intestino delgado. Essa parte final tem cerca de 3 a 3,5 metros. O íleo se estende até a sua terminação, na junção ileocecal, que é a junção entre a extremidade terminal do íleo com o ceco, do intestino grosso.
Então agora que chegamos ao intestino grosso, estamos nos aproximando do fim do canal alimentar. O intestino grosso se estende do ceco ao reto, e tem comprimento de cerca de 1,5 metros. É aqui que ocorre a absorção de águas e vitaminas dos alimentos. Também é no intestino grosso que os alimentos que não foram digeridos são armazenados para formar as fezes, antes da sua eliminação.
Então vamos dar uma olhada nas partes do intestino grosso. A primeira parte do intestino grosso é essa aqui, que já mencionamos hoje, o ceco. Se você observar bem, ele parece uma bolsa, ou um saco. Essa parte do intestino grosso está localizada no quadrante inferior direito do abdome, e se conecta ao intestino delgado através da válvula ileocecal.
Na sua extremidade inferior há um prolongamento alongado conhecido como apêndice vermiforme. Nós vamos ver essa estrutura mais adiante na nossa videoaula, mas por enquanto vamos continuar para a próxima parte do intestino grosso, que é o cólon ascendente.
Como o nome sugere, essa parte do cólon cursa superiormente do lado direito do abdome, ao longo da parede abdominal posterior. Se dissecássemos o intestino grosso e isolássemos o órgão, ele teria uma aparência semelhante à que vemos nessa ilustração. Aqui nós vemos a parte ascendente do cólon destacada em verde. Essa parte do cólon é retroperitoneal, e segue superiormente até a flexura cólica direita, que também é conhecida como flexura hepática, já que encontra-se posteriormente ao fígado. A partir desse ponto começa o cólon transverso.
O cólon transverso começa na flexura cólica direita e cursa horizontalmente na bainha peritoneal até a flexura cólica esquerda, que também é conhecida como flexura esplênica. Apesar de se inserir na parede abdominal posterior através de um mesentério próprio, essa é a parte mais móvel do intestino grosso. Na flexura cólica esquerda, o intestino grosso se curva e cursa inferiormente. Essa parte é conhecida como cólon descendente.
Nesse ponto, o cólon perde seu mesentério, é novamente retroperitoneal. Ele cursa inferiormente no lado esquerdo junto à parede abdominal por cerca de 25 centímetros, e depois se curva medialmente e entra na pelve, para continuar como cólon sigmoide. Você pode ver o cólon sigmoide destacado em verde. Essa parte do cólon recebe seu nome porque tem um formato parecido com a letra S. Ao contrário do cólon descendente, o cólon sigmoide é considerado intraperitoneal, já que ele é recoberto por seu próprio mesentério, conhecido como mesocólon sigmoide.
Na extremidade terminal do intestino grosso encontramos o reto, que é uma continuação do cólon sigmoide, que acabamos de ver. Entretanto, ao contrário do cólon sigmoide, o reto não é coberto por mesentério próprio, tornando-o uma estrutura retroperitoneal. O reto cursa inferiormente até o assoalho pélvico, e possui uma dilatação na sua extremidade distal conhecida como ampola retal. Depois da ampola retal, o reto continua como canal anal, que é a última parte do canal alimentar.
Se você ainda está aí, nós conseguimos chegar ao final!
A delimitação entre o reto e o canal anal é a junção anorretal, que está no ângulo reto formado entre o reto e o músculo levantador do ânus. O canal anal também é um tubu muscular, medindo cerca de 4 centímetros de comprimento, cuja parede é formada por músculo circular. Então temos dois esfíncteres formados por músculo circular. O esfíncter anal interno, formado por músculo visceral, que graças ao tônus simpático, encontra-se permanentemente contraído, relaxando sob influência parassimpática.
E o esfíncter anal externo, formado por músculo esquelético, que encontra-se sob controle voluntário e pode ser relaxado e aberto durante a eliminação das fezes, um processo conhecido como defecação.
Muito bem, isso completa os principais órgãos do canal alimentar. Agora vamos continuar e ver alguns dos outros órgãos que não entram em contato direto com o bolo alimentar mas ainda assim ajudam no processo da digestão. Esses são os órgãos digestórios acessórios.
Há vários órgãos digestórios acessórios, mas nós vamos cobrir apenas alguns deles nesta videoaula. O primeiro que vamos ver é a língua. A língua é um órgão muscular da cavidade oral, formada por músculos extrínsecos e intrínsecos. Ela auxilia na mastigação, na percepção do paladar, na deglutição e na limpeza da cavidade oral, além de participar da formação da fala.
Anatomicamente, a língua pode ser dividida em duas partes: os dois terços anteriores da língua, conhecidos como corpo da língua, e seu terço posterior, conhecido como raíz da língua. Aqui nós podemos ver a raiz da língua de duas perspectivas diferentes. Vale lembrar que essa parte da língua é considerada parte da orofaringe.
Os próximos órgãos acessórios que vamos ver são as glândulas salivares. Há três glândulas salivares principais, que produzem e secretam saliva na cavidade oral: a glândula submandibular, a glândula sublingual e a glândula parótida. Mas hoje vamos discutir apenas as duas primeiras.
Você pode estar pensando: Meu Deus! Começamos discutindo fezes e agora saliva! Bem, a produção da saliva possui um papel importante o processo digestivo, já que ela contém enzimas como a amilase, que acelera a quebra de amido e lubrifica a cavidade oral, auxiliando na mastigação, deglutição e percepção do paladar. Como eu disse, vamos ver duas das três glândulas salivares: a glândula submandibular e a glândula sublingual.
A glândula submandibular é a segunda maior das três glândulas salivares, mas apesar disso, essa glândula é a que produz maior quantidade de saliva, dentre as três. A saliva produzida pela glândula submandibular é secretada no espaço sublingual através do ducto submandibular, também conhecido como ducto de Wharton. A glândula sublingual é a menor das três glândulas salivares, e é a que secreta a menor quantidade de saliva dentre as três. Ela esvazia seu conteúdo através de numerosos ductos. O maior ducto sublingual é conhecido como ducto de Bartholin, e os ductos sublinguais menores, que podem contar entre oito e vinte, são conhecidos como ductos de Rivinus. Todos eles esvaziam o conteúdo da glândula sublingual no assoalho da cavidade oral.
A seguir, vamos ver as tonsilas palatinas. Tonsilas, de forma geral, são massas de tecido linfoide que têm um importante papel no nosso sistema imunológico. Para os propósitos desta videoaula, entretanto, nós vamos ver apenas as tonsilas palatinas. Elas estão localizadas entre os arcos palatoglosso e palatofaríngeo, e aqui você pode vê-las de uma perspectiva anterior através da boca bem aberta.
As tonsilas palatinas são parte do anel de Waldeyer, que é uma coleção de quatro tipos de tonsilas distribuídas em anel ao redor da orofaringe e da nasofaringe. Essas tonsilas servem como um sistema de vigilância para todos os tipos de organismos invasores que entram no corpo.
O próximo órgão digestório acessório que vamos ver é o fígado, situado no quadrante superior direito do abdome. Esse órgão multifuncional participa da eliminação e metabolização de toxinas, armazenamento de glicogênio, síntese proteica e produção de hormônios, entre outras funções. O fígado é um órgão intraperitoneal, revestido por peritônio, exceto pela parte que mantém contato com o diafragma, conhecida como área nua.
Esse órgão possui quatro lobos anatômicos, que podem ser subdivididos em segmentos menores. Ele mantém contato com o duodeno, com a flexura hepática do cólon, com o cólon transverso, com o rim e a glândula adrenal direitos, com o diafragma e com a vesícula biliar.
Aliás, a vesícula biliar, destacada em verde, também é um órgão digestório acessórios, e como acabamos de ver encontra-se na fossa entre os lobos direito e esquerdo do fígado. Ela armazena e concentra a bile que é produzida no fígado, e a libera sistematicamente no lúmen da parte descendente do duodeno através dos ductos cístico e colédoco. A bile ajuda na digestão do bolo alimentar no intestino delgado, e facilita a absorção de gordura e a eliminação de certos produtos, como o excesso de colesterol e a hemoglobina de hemácias danificadas.
O pâncreas é outro órgão digestório acessório, que você pode ver destacado em verde, parcialmente coberto pelo estômago e pelo fígado. Nessa ilustração o estômago foi removido e o fígado foi rebatido para vermos mais claramente o pâncreas. O pâncreas é um órgão retroperitoneal que possui um papel exócrino e um papel endócrino. As células exócrinas do pâncreas produzem enzimas digestivas que são secretadas no lúmen do duodeno através dos ductos pancreáticos principal e acessório, para então agirem no bolo alimentar.
Lembre-se que quando estudamos o duodeno, vimos a papila duodenal maior e a papila duodenal menor na parede da sua parte descendente. Essas são as aberturas dos ductos pancreáticos principal e acessório, respectivamente. A função endócrina do pâncreas possui um importante papel na manutenção dos níveis sanguíneos de glicose, através da produção e liberação de insulina e glucagon.
O último órgão acessório que vamos ver é o apêndice vermiforme. Nós vimos essa estrutura brevemente quando estudamos o ceco. O apêndice vermiforme é um tubo muscular de fundo cego inserido no aspecto dorsomedial do ceco, medindo entre dois e quinze centímetros de comprimento, dependendo do indivíduo. Inicialmente, não se conhecia a função do apêndice vermiforme, e acreditava-se tratar de um remanescente evolutivo sem nenhuma função relevante. Entretanto, atualmente sabe-se que ele é na verdade parte do tecido linfoide associado ao intestino, e, portanto, possui funções imunológicas.
E por hoje é isso. Espero que você tenha gostado dessa videoaula. Obrigado por assistir, e bons estudos!